Saturday, August 22, 2009

Kol sana we ento tayebeen

Começa hoje Ramadan, o mês sagrado islâmico. Sofro por não poder estar mais no Egito para celebrar essa que certamente é uma das mais importantes festividades do mundo árabe. Além de celebrações, o Ramadan é símbolo de união e caridade entre os muçulmanos, sendo assim considerado um dos 5 pilares da religião.

Em suma, durante esse mês, um muçulmano deve jejuar (não beber e comer nada) e se privar de sexo desde o nascer até o por do sol. As cinco rezas diárias devem ser seguidas e são praticados certos rituais de desjejum. Além disso, a leitura do Corão deve ser aumentada e deve-se, idealmente, perdoar os xingamentos até então recebidos e ser mais generoso que de costume.
O intuito de tudo isso é a purificação, não só do corpo mas do espírito também. Através do jejum, o muçulmano entra em contato com os sentimentos sofridos pelos mais pobres na falta de alimento e, com isso, relembram a cada ano a necessidade e importância da prática da caridade. O perdão e a abstinência sexual neste período também conotam a pureza.
Apesar de não ser muçulmano, eu tinha decidido seguir o jejum no Egito mas, mesmo não estando lá, creio que ainda posso seguir isso. Vamos ver no que dá.

Monday, August 17, 2009

Qual é mesmo o nome do seu pai?

Um mês de ausência é bastante tempo, eu sei. O importante é que estou de volta literalmente, porém ainda com muito a declarar. Sim, para aqueles que não sabiam ainda, retornei ao Brasil. Já me acostumei com a idéia de estar aqui novamente, então agora é bola para frente e vamos embora!
As fotos abaixo foram tiradas em minha última viagem pelo Egito. Visitei uma cidade chamada Matrou7, que fica na costa noroeste do Egito, banhada pelo mar mediterrâneo. Sinceramente, foi a praia mais linda que eu já vi em minha vida, de água em diversos tons de azul e verde. As fotos abaixo falam por mim. Além de tomar uns super banhos e ficar preto, também aproveitei para comer siri pela primeira vez na vida (foi tenso) e fazer um passeio em alto mar.











A pergunta "qual é o seu nome?" me causou alguns problemas no Egito. Na verdade, não foram exatamente problemas, mas algumas vezes tive de dar explicações as quais nunca tinha dado no Brasil.
Uma vez me perguntaram meu nome e eu simplesmente respondi "Rafael". Logo em seguida, veio a pergunta "E qual é o nome do seu pai mesmo?" e eu disse "Basileu". Foi quando o entrevistador deduziu, erroneamente, que meu nome era Rafael Basileu. E para espanto dele, meu nome é Rafael Francisco. Aí ele me disse "Mas como???? Quem é Francisco???".
Acho que alguns de vocês, se não todos, entenderam exatamente a confusão acima descrita. No Egito, o segundo nome de todas as pessoas deve ser, obrigatoriamente, o nome do pai. Os egípcios têm essa tradição como forma de manter viva a imagem dos pais da família de uma maneira mais forte: marcada graficamente no nome de seus descendentes. Quebrar esse ciclo significa apagar alguém da história, fazer com que a vida de um homem perca um de seus sentidos.
É por isso justamente que é muito difícil para eles entender por que meu nome era Rafael Francisco e não Rafael Basileu. Teve vezes de eu ter que desenhar e explicar minuciosamente o sistema de "nome de família" para então, no final da explicação, ouvir risadas e comentários do tipo "Olha como eles são loucos!" ou "Coitado do pai dele!". E ficava tão engraçado para mim quanto para eles.