Saturday, October 23, 2010

Luz, câmera e (fal)ação!

Quanto tempo!!!! Deixei de escrever, perdi o foco, mas momentos de flashback sempre acontecem em nossas vidas. E esse é um deles! Estou de volta, mas tenho de confessar que não sei muito bem sobre o que escrever. Devo continuar falando sobre o Egito/mundo árabe, ou verto tudo e falo da minha vida atual? Ou do que aconteceu desde a última vez que postei? Nah... já tá cheio de blog autobiografia/diário por aí. Falarei do que interessa mesmo, ou seja, do Egito!

Um tema ainda não explorado por mim é o cinema na terra das pirâmides. Acreditem se quiserem, mas mesmo este item peculiar da cultura mundial sofre suas mutações na sua versão árabe. Para informação dos meus leitores, o Egito é considerado a Hollywood do mundo árabe. É o país que mais produz filmes, novelas e minisséries, e também um grande apreciador das produções estrangeiras, sejam elas americanas ou européias. Enquanto morava por lá, fui ao cinema duas vezes: a primeira para ver Jason X, e a outra para ver o quinto filme do bruxinho Harry Potter S2 (que emo).

Quando fui ver Jason X, estava acompanhado do meu amigo Amgad. Compramos os ingressos na entrada do cinema, que ficava no centro do Cairo. Até aí, tudo normal. Entramos... a sala estava um tanto vazia. Dia de semana... sabe como é! As cadeiras não eram muito confortáveis e a sala tinha parecia ser beeeem antiga. Ja foram em alguns daqueles teatros decadentes que tem aqui em SP? Nesse naipe.... Eu ja tava feliz por ter cinema lá, então esses eram meros detalhes. O filme começou... cenas horripilantes... até que......................... ouvi uma música árabe daquelas bem balançantes que vinha de uma das fileiras de trás! Eu olhando pra trás indignado e meu amigo, por sua vez, imóvel na cadeira. Quando eu ia abrir a boca pra perguntar o que era aquilo, a música parou e eu ouvi a palavra fatídica: alô?. ODIOOOOOOOO! Mew... era o celular do cara e ele atendeu dentro do cinema!!! Parecia que era o melhor amigo dele na linha, porque ele começou a falar alto, dar risada e perguntar sobre a família da pessoa... contava piada... ria.. ODIOOOOOOOO²²²²²²². E meu amigo imóvel na cadeira. E ninguém além de mim se incomodava com a situação. Aí eu falei pro meu amigo "po... como pode ele atender o celular aqui??? Se fosse no Brasil e ele fizesse isso, seria morto ali mesmo!". Ele disse que era normal... que isso acontecia. Enfim... EU era o elemento estranho, então decidi ficar na minha e tentar assistir o filme. Mais uns momentos se passaram... o filme prosseguia... do nada, PUFT! O filme parou! As luzes acenderam! E mais uma vez, eu era o único que não sabia o que estava acontecendo! Ahhhhhhh... eu não ia pra casa sem "ver" o fim do filme. Perguntei pro Amgad "Que aconteceu??" e ele me disse "intervalo de descanso". Pooooooooooooo velho! Depois bahiano que é preguiçoso! Um filminho sem conteúdo de 1h20min de duração, onde 3 loiras e 4 marombados são assassinados até que uma loira mate o psicopata no final e seja a única sobrevivente, e os caras querem DESCANSO!!!!! Enfim.... aproveitei pra sair pra ir comprar umas balas.... juro que não demorei 3 MINUTOS e, quando voltei, a droga do filme já tinha começado de novo! Mew.... que descanso é esse??? Ou faz uma pausa decente ou nem precisa, né??? Quando o filme acabou, eu já tava meio estressado e fomos direto pra um Mc Donald's comer algo pra que meu ânimo melhorasse. hehehe

Na minha segunda experiência no cinema, vendo Harry Potter S2, dessa vez no Citistars e com o Peter, eu já meio que tinha aprendido a dinâmica do negócio. Mesmo assim... surpresas.... O filme começou... tudo normal... passado um tempo, começo a ouvir Allah akbar.... vindo de um celular... e mais um... e outro.. e VÁRIOS! Adivinhem??? Era hora de rezar e os caras têm a função minarete no celular!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A minha cara de desagrado me denunciou... e o Peter meio que rindo, e com aquela cara de "fazer o quê?". O intervalo chegou e eu tava com mowwww vontade de ir ao banheiro. Saí correndo, costurando as pessoas que saíam. Entrei no banheiro como quem entra numa trincheira. Calma, era número 1 só, gente. O desespero era simplesmente porque o tempo era curto. Voltei a tempo e terminamos de ver o filme sossegados.

Lição aprendida: se com o filme estrangeiro foi assim, imagina ir no cinema pra ver um filme árabe? Deixa para a próxima vez que eu for pra lá.

Salam!